sábado, 6 de março de 2010

A partida


Os artigos veiculados neste blog podem ser utilizados pelos interessados, desde que citada a fonte: MOUSQUER, Zélce Darclé. (Inclua o título e data da postagem) in http://www.familia-kruel.com.br, nos termos da Lei nº 9.610/98.

A PARTIDA


O casal Carl Ludwig W. Kruel, 37 anos e Charlotta Juliana Bier 35 anos, partiram com seus 5 filhos da cidade de OBERSTEIN, embarcando, no porto de Bremem ou Hamburgo, passando por Amsterdan, onde embarcaram mais dois emigrantes.
As dificuldades já tinham início na demorada viagem por terra, levando seus pertences, até alcançarem o porto de embarque. Muitas vezes, a decisão de emigrar implicava na necessidade de leilor em praça pública todos os seus animais e pertences.
Nesta época, as viagens em navios a vapor, duravam em torno de 3 meses, sendo a travessia do Atlântico efetuada em navios de 3 mastros (galeras).
De acordo com Hunsche, deste embarque foi apenas encontrado o contrato de afretamento assinado por Schaeffer no porto de Bremen. Foi o 23º grupo de emigrantes embarcados para o Brasil.

Em Hunsche, 2004, p.151 [...] verificamos a inexistência de dados substanciais sobre os veleiros que transportaram os componentes da leva VII (1827), a mais numerosa, não só do nosso quadriênio, mas de todo o primeiro período da imigração alemã (1824 – 1830) que, em 16 de dezembro de 1827, enriqueceu a Colonia de São Leopodo com 559 colonos.

Hunsche aponta duas possibilidades para o navio que os trouxe para o Brasil. E sugere que a leva de colonos foi repartida entre estes dois veleiros.

1. Veleiro Epaminondas que partiu de Amsterdã em 7 julho/1827 e ancorou no Rio de janeiro em 28 setembro 1827, trazendo mais ou menos 250 passageiros.

2. Veleiro Fliegender Adler (Águia Voadora), pouco se sabe sobre este transatlântico que de tão moroso, recebeu dos imigrantes o apelido jocoso de “Kriechende Schnecke” ( Lesma Rastejante), que zarpou do porto de Bremen nos últimos dias de dezembro de 1826 ou início de janeiro 1827, com aproximadamente 250 passageiros. É desconhecida a data em que aportou no Rio de Janeiro, assim como sua lista de passageiros.

Conforme Amstad, alguns dos colonos registrados por Hillebrand, (diretor da Colônia de São Leopoldo) como chegados a São Leopoldo em 16 dezembro 1827, teriam sido passageiros do Fliegender Adler e teriam viajado para o sul, em duas escunas: Conceição Imperador e Dido. Como sabemos que estes dois costeiros partiram do Rio de Janeiro em 12 novembro 1827, podemos supor, portanto, que o Águia Voadora aportou no Rio de Janeiro, antes desta data. Tendo sido, ao que tudo indica, uma longa viagem.

Ainda em Amstad, 2005, p.72-73, seriam 18 as famílias vindas no Fliegender Adler, sendo que quatro destas famílias se localizaram em Dois Irmãos e quatorze em São José do Hortênsio. Já Hillebrand, registra estas quatro famílias como tendo chegado antes de 16 dezembro 1827 e uma delas, teria chegado posteriormente.

O que se pode dizer, é que as famílias registradas por Amstad, certamente representam apenas uma parte dos imigrantes que entraram no Brasil no veleiro Fliegender Adler, possivelmente, outras famílias, evangélicas, tenham feita a travessia neste mesmo veleiro e não tenham sido listadas por Amstad.

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