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interessados, desde que citada a fonte: MOUSQUER, Zélce Darclé. (Inclua o título
e data da postagem) in http://www.familia-kruel.com.br, nos
termos da Lei nº 9.610/98.
A CHEGADA NO RIO DE JANEIRO E A VIAGEM PARA SÃO LEOPOLDO
Os imigrantes desembarcaram no Rio de Janeiro, na 2ª metade de 1827. Enquanto aguardavam a viagem para o sul, ou a unidade militar para onde seriam destinados, no caso dos soldados, os imigrantes ficavam alojados em Niterói, RJ nos “Galpões da Praia Grande” ou “Armação”, (armazéns, depósitos utilizados, anteriormente, na industrialização do pescado - baleias), e que passaram a abrigar, precariamente, os colonos alemães durante algumas semanas, atendendo as normas do Serviço de Imigração do Império, o que incluía a inspeção pela Comissão de Saúde e pelas autoridades da imigração. A recepção e transferência dos colonos para a “Armação” eram realizadas pelo Inspetor da Colonização Estrangeira, Monsenhor Miranda. Após o cumprimento das formalidades, eram embarcados em navios costeiros, rumando para Porto Alegre.
A viagem para São Leopoldo se dava em lanchões toldados. A data de desembarque na Colônia alemã de São Leopoldo é desconhecida, porém, Hillebrand aponta como desembarcados em 16 dezembro 1827 alguns colonos que, de acordo com os registros do Padre Amstad em seu relato sobre a imigração alemã no Rio Grande do Sul, foram passageiros do Fliegender Adler.
Do Rio de Janeiro até Porto Alegre, os Kruel viajaram no Bergantim “Conceição Imperador” (tinha como mestre José Ricardo da Silva e o frete estipulado em 12$000 por pessoa), navio de apenas dois mastros. A viagem até Porto Alegre, que durava em torno de 3 semanas, teve início em 12 novembro 1827 e seu término aconteceu antes de 16 de dezembro do mesmo ano.Os barcos chegavam a Rio Grande e depois, pela Lagoa dos Patos e Guaíba ancoravam em Porto Alegre.
As viagens para Porto Alegre eram efetuadas em bergantins, sumacas e escunas de apenas 2 mastros. Eram navios costeiros, contratados pelo governo Central. Na mesma data partiu do Rio de Janeiro em direção ao Rio Grande do Sul, o Brigue-escuna “Dido” transportando 49 famílias e 19 passageiros avulsos. Estes dois costeiros transportaram um total de 559 colonos e constituíram a leva VII, a mais numerosa de todas as que foram registradas em São Leopoldo, entre 1824 e 1830, sem considerar os que não embarcaram ou faleceram antes da partida.
Abaixo, o documento que informa o barco de navegação costeira que transportou a família Kruel até Porto Alegre, o “Conceição Imperador”. São os “Avisos do governo”, ofício emitido no Rio de Janeiro em 24 de outubro de 1827, pelo Visconde de São Leopoldo, Secretário dos Negócios do Império e dirigido ao Presidente da Província, Salvador José Maciel, para que este expeça as ordens necessárias ao desembarque e recepção aos colonos alemães em Porto Alegre, bem como o pagamento do respectivo frete. O ofício veio acompanhado da relação de passageiros a ser apresentada pelo capitão e assinada pelo Monsenhor Miranda, inspetor da colonização estrangeira, relação esta da qual faz parte a família Kruel.
Desembarcaram em Porto Alegre, 51 famílias e 17 imigrantes avulsos. Totalizando 264 colonos, entre adultos e crianças. Os Kruel constam na relação de passageiros (7 pessoas).
Ofício que notifica o desembarque dos imigrantes alemães
Ilmo e Exmo Sr.
Vossa Magestade, o Imperador, há por bem ordenar que V.Exa, logo que chegar a esse porto, o Bergantim Conceição Imperador, que desta Corte se dirige à cidade de Porto Alegre, expeça as ordens necessárias não só para o desembarque e recepção dos colonos alemães, que transporta constantes da relação, que lhe apresentar o Capitão da dita Embarcação, e assignada por Monsenhor Miranda, ou pela pessoa, a quem elle der em missão para esse fim, mas também para o pagamento dos respectivos fretes, na conformidade do contracto celebrado entre o dito Monsenhor e o Capitão da mesma Embarcação. O que participo a V. Exa. para sua intelligencia e execução.
Deos guarde a V. Exa. Palácio do Rio de Janeiro em 24 de outubro de 1827.
Visconde de S. Leopoldo
Relação dos Colonos Alemaens que embarcão a bordo do Bergantin - Conceição Imperador - com destino a Porto Alegre, a entregar ao Ilmº Exmº Sr.Presidente do Governo da Província, na conformidade das Ordens de Sua Magestade o Imperador.
A família Kruel entra na Província gaúcha, no período da guerra do Brasil com a Argentina, pela posse da Banda Oriental (Uruguai). Em 1828, o Império Brasileiro assina o tratado de paz, renunciando à Província Cisplatina e reconhecendo a Província do Uruguai como República autônoma.
Fontes:
Arquivo Histórico do RS
AMSTADT, Theodor. Cem anos de Gemanidade no Rio Grande do Sul - 1824-1924. Tradução de Arthur Blasio Rambo.São Leopoldo: Ed. Unisinos,1999.
HUNSCHE, Carlos H. e ASTOLFI, Maria. O Quadriênio 1827-1830 da Imigração e Colonização alemã no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Editora G e W, 2004.
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