JOSÉ CARLOS KRUEL
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MOUSQUER, Zélce Darclé. (Inclua o título e data da postagem) in http://www.familia-kruel.com.br, nos
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Colaboração de José Antonio Brenner, responsável pela pesquisa e pelo trabalho de restauração digital das fotos.
*José Antonio Brenner autor de:
Os Cassel de Santa Maria - desde o Glantal - Ed. UFSM.
A Saga dos Niederauer - Ed. UFSM.http://brennerdesantamaria.blogspot.com/
José Carlos Kruel filho de Christiano Kruel e Elisabeth/Izabel Fuchs foi um grande líder empresarial santa-mariense, no final do século XIX e início do século XX. Foi um dos fundadores (1897) e o primeiro presidente da Praça de Comércio de Santa Maria, depois Associação Comercial de Santa Maria (1918) e hoje Câmara de Comércio e Indústria de Santa Maria-CACISM, que instituiu no ano do Sesquicentenário de Santa Maria (2008), a Medalha “José Carlos Kruel”, para empresas fundadas antes de 1958 e ainda em atividade.
José Carlos Kruel foi, também, o maior acionista e presidente da Companhia Santamariense de Luz Electrica, que distribuía energia elétrica de corrente contínua na cidade de Santa Maria, gerada por uma usina termelétrica de óleo combustível. A administração e a usina ficavam situadas na Rua Venâncio Aires, onde hoje estão os escritórios da AES-Sul.
No livro Memórias de João Daudt Filho (2ª ed. 1938) o autor escreve um interessante trecho sobre José Carlos Kruel, sob o subtítulo Um chefe de família modelar. Na reedição da editora UFSM, 2003, o trecho está nas páginas 205 e 206.
A foto, abaixo, mostra a primeira casa comercial de José Carlos Kruel (esquina da Rua do Comércio, atual Doutor Bozano, com Barão do Triunfo) onde teve início seu negócio. Neste mesmo local, foi mais tarde, edificado o casarão abaixo citado.
Esta casa foi, também, representada na tela pintada por E. Wilks, em 1887, tendo como motivo central a igreja da Comunidade Evangélica Alemã, que recém havia construído sua torre e instalado seus sinos. Na pintura, a casa de José Carlos Kruel está parcialmente retratada, mas o autor reproduziu a inscrição da fachada: JOSÉ CARLOS KRUEL. A tela em questão, representa uma das mais antigas imagens da paisagem urbana de Santa Maria.
Foto de João Bosque, acervo do Museu Educativo da UFSM, Santa Maria/RS datada, supostamente, de 1900. Enviada por José Antonio Brenner, responsável pelo trabalho de restauração digital.
Abaixo, o casarão pertencente a José Carlos Kruel, inaugurada em 1910. Localizado na esquina das ruas Dr. Bozano e Barão do Triunfo, Santa Maria/RS (mesmo local da primitiva casinha, fotografada por J. Bosque e retratada por E. Wilks). O palacete foi vendido para o médico Juan Jauquim, que instalou ali o Sanatório Santamariense em 1921, num local bem equipado, onde doentes eram internados e que funcionou por cerca de vinte anos, encerrando suas atividades quando do casal Jauquim e seus filhos se mudaram para Porto Alegre. Sendo uma das mais antigas construções da cidade, o prédio situado na esquina das ruas Barão do Triunfo e Dr. Bozano, sedia, nos dias atuais, o tradicional Bar do Garça.
Fotógrafo: Venâncio Schleiniger.
Esta foto foi publicada na Revista Comemorativa do Centenário de Santa Maria, 1914 e em MARCHIORI e NOAL, 1997, p. 171.
Após o falecimento de sua esposa, Anna Sofia Weber Kruel, em 4 de setembro de 1919, o viúvo José Carlos Kruel foi convencido por seus dois filhos Riograndino e Amaury Kruel, oficiais do Exército residentes no Rio de Janeiro, a mudar-se para aquela cidade. José Carlos decidiu então vender o sobrado que fora a residência da família.
Pesquisa no Registro de Imóveis, em Santa Maria, realizada por José Antonio Brenner, revela que o prédio foi transmitido, em 18 de novembro de 1920, a Luíza Jauquin, certamente a esposa do médico Juan Jauquin, que ali instalou um sanatório. O imóvel media 15,40m na Rua do Comércio (Dr. Bozano) por 38m na Rua Barão do Triunfo. Infelizmente, não há registro anterior conhecido, assim na podemos saber quando o palacete foi construído, apenas a data de inauguração – 1910 – citada por Antonio Isaia, sem revelar a fonte.
Residência de José Carlos Kruel, em Santa Maria/RS
Abaixo, a foto atual da residência de José Carlos Kruel (julho/2009), onde se notam as modificações que foram feitas no telhado, no frontão de esquina com as duas pequenas janelas de mansarda que serviam ao sótão, além das modificações nos frontões sobre as sacadas laterais.
Foto atual da residência de José Carlos Kruel
Sobre o anúncio abaixo, escreve José Antonio Brenner, [...] A descrição no anúncio é muito enriquecedora para conhecimento do sobrado. Havia rede de água quente pelo fogão à lenha. Lembro, na minha infância, como era em nossa casa. Uma serpentina na fornalha do fogão aquecia a água que subia, por convecção, a um reservatório junto ao teto, de onde seguia a canalização até os banheiros.
Cita também dois algibes ou algibres, que eram cisternas para coletar água da chuva. No condutor pluvial que levava a água do telhado ao algibre, havia um desviador para examinar quando ela se tornasse limpa e então pudesse ser conduzida à cisterna. Em 1920, ainda não havia saneamento básico em Santa Maria e a água era obtida em poços, de pipeiros ou, em algumas casas, também de algibres. Somente em 1930, teve início a construção das redes de água e esgoto.
Segundo a transcrição nº 7954, fl. 59, Livro 3-G Antigo, do Ofício de Registro de Imóveis de Santa Maria, a venda foi realizada em 18 de novembro de 1920. A compradora foi Luíza Jauquin, certamente a esposa do médico Juan Jauquin que instalou um sanatório no sobrado.
Sobre o anúncio abaixo, escreve José Antonio Brenner, [...] A descrição no anúncio é muito enriquecedora para conhecimento do sobrado. Havia rede de água quente pelo fogão à lenha. Lembro, na minha infância, como era em nossa casa. Uma serpentina na fornalha do fogão aquecia a água que subia, por convecção, a um reservatório junto ao teto, de onde seguia a canalização até os banheiros.
Cita também dois algibes ou algibres, que eram cisternas para coletar água da chuva. No condutor pluvial que levava a água do telhado ao algibre, havia um desviador para examinar quando ela se tornasse limpa e então pudesse ser conduzida à cisterna. Em 1920, ainda não havia saneamento básico em Santa Maria e a água era obtida em poços, de pipeiros ou, em algumas casas, também de algibres. Somente em 1930, teve início a construção das redes de água e esgoto.
Segundo a transcrição nº 7954, fl. 59, Livro 3-G Antigo, do Ofício de Registro de Imóveis de Santa Maria, a venda foi realizada em 18 de novembro de 1920. A compradora foi Luíza Jauquin, certamente a esposa do médico Juan Jauquin que instalou um sanatório no sobrado.
Fonte: Arquivo Histórico Municipal de Santa Maria.
Fontes:
DAUDT FILHO, 2003, p. 205 – 206
MARCHIORI e NOAL, 1997, p. 171
Arquivo Histórico Municipal de Santa Maria
Registro de Imóveis de Santa Maria
Museu Educativo da UFSM
Revista Comemorativa do Centenário de Santa Maria, 1914
Adoramos saber mas sobre a historia do palacete, moramos aquiii :D
ResponderExcluirÉ uma grande satisfação conhecer uma moradora do palacete.
ResponderExcluirA genealogia é uma atividade muito interessante, ela acaba tomando rumos que nem o próprio pesquisador supunha.Ela acaba se infiltrando na vida de pessoas que não tem relação de parentesco com os pesquisados.
Minha intenção sempre foi tornar a pesquisa abrangente e disponível para todos.
O mérito da pesquisa sobre o palacete deve ser creditado ao competente pesquisador José Antonio Brenner.
Valeu Karoline!
Um forte abraço.
BAR DO GARÇA !!!!!!! Adoro Santa Ma ria
ResponderExcluirTO AQUI NO GARÇA AGORA TOMANDO CERVEJA COM UMA LOIRINHA TAQUARA ESTILO PALITO .
ResponderExcluirInteressante... é o nome da minha rua! Gostei de saber quem era! Agradeço ao Fernando Borges Nascimento q me enviou!
ResponderExcluirAdorei! Luiza e Juan Jauquim eram meus bisavós por parte de mãe. Moro em Porto Alegre mas adoro Santa Maria!
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